Enjoo no carro: o que pode ser? Por que acontece? O que fazer para melhorar?
A cinetose, ou enjoo de movimento, afeta ageiros em viagens de carro; descubra por que ocorre e como prevenir esse desconforto
Durante as viagens de carro, é comum que alguns ageiros experimentem náuseas, tonturas e mal-estar. Esse desconforto, conhecido como cinetose, resulta de um conflito sensorial entre o que os olhos veem e o que o corpo sente.
A seguir, entenda por que isso acontece e como minimizar os sintomas.
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Enjoo no carro: o que é a cinetose?
A cinetose, também chamada de enjoo de movimento, é uma condição em que o indivíduo sofre mal-estar, náusea e/ou tontura durante o deslocamento em veículos como carros, aviões, barcos ou trens.
Segundo o médico otorrinolaringologista Márcio Salmito, especialista em Otoneurologia, o problema ocorre devido a um conflito de informações sensoriais.
“O sistema vestibular, localizado no labirinto do ouvido interno, detecta os movimentos do corpo, enquanto a visão enxerga o interior do veículo, que está parado”, explica. Essa confusão entre os sentidos pode gerar sintomas como náusea, suor frio e tontura.
Enjoo no carro: por que algumas pessoas sentem mais enjoo que outras?
A sensibilidade à cinetose varia de pessoa para pessoa. De acordo com Salmito, há dois tipos principais de cinetose: a primária, quando o indivíduo já nasce com essa predisposição, e a secundária, associada a doenças vestibulares. “A migrânea vestibular, por exemplo, é uma das causas mais frequentes”, afirma o médico.
Embora qualquer pessoa possa experimentar sintomas sob estímulos intensos, como ocorre com astronautas, os quadros considerados patológicos envolvem desconfortos em situações rotineiras, como trajetos curtos de carro, especialmente no banco traseiro.
Enjoo no carro: existe uma faixa etária mais afetada?
Crianças e jovens são mais suscetíveis à cinetose do que os idosos. Para os pequenos, o uso excessivo de telas pode agravar os sintomas.
“Evitar o uso de celulares e manter a criança dormindo durante a viagem ajuda bastante”, orienta Salmito.
Quando o estresse se transforma em burnout">Os sintomas da cinetose incluem:
- Náusea e vômito
- Tontura
- Sudorese fria
- Palidez
- Dor de cabeça
- Fadiga
Esses sinais geralmente surgem durante o deslocamento e desaparecem após o fim do movimento. Contudo, em alguns casos, podem persistir por algumas horas.
Segundo o otorrinolaringologista, esses sintomas são semelhantes aos de outras causas de náusea, como problemas gástricos. “A diferença está no desencadeante. Na cinetose, o sintoma aparece com o movimento do veículo”, esclarece.
Enjoo no carro: dicas para prevenir e aliviar o enjoo
Algumas atitudes simples podem reduzir o desconforto:
- Escolha o assento adequado: O banco da frente ou o centro do veículo transmitem menos movimento ao corpo.
- Mantenha os olhos no horizonte: Olhar para um ponto fixo ajuda a alinhar os sinais sensoriais.
- Evite leitura ou uso de dispositivos eletrônicos: Isso aumenta o conflito entre os sentidos.
- Garanta boa ventilação: Ar fresco ajuda a aliviar os sintomas.
- Faça pausas regulares: Caminhar e respirar ar puro contribui para o bem-estar.
- Alimente-se adequadamente: Refeições leves e hidratação são essenciais.
Salmito reforça a importância desses hábitos:
"Evitar alimentos pesados, dormir bem e praticar atividade física regularmente são fatores que contribuem para reduzir o risco de enjoo
"
Márcio Salmito, especialista em Otoneurologia
Além disso, ele destaca que dirigir tende a ser mais tolerado do que estar como ageiro. “No banco da frente, o ageiro acompanha o trajeto e o conflito sensorial é menor”, explica.
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Enjoo no carro: quando procurar ajuda médica?
Se os sintomas forem frequentes, intensos ou impactarem a qualidade de vida, é recomendável buscar orientação médica. “Infelizmente, muitas pessoas acham normal sentir enjoo e não procuram ajuda”, alerta o especialista.
Ele também reforça que o ideal é obter um diagnóstico adequado antes de iniciar qualquer tratamento. “O uso de medicamentos pode ser preventivo ou terapêutico, mas depende do diagnóstico correto. Nem sempre o remédio é a primeira opção”, completa.
Em casos persistentes, o acompanhamento com um otorrinolaringologista pode identificar se há doenças associadas, como distúrbios do labirinto.
Compreender a cinetose e adotar medidas preventivas pode tornar as viagens mais confortáveis e agradáveis para todos os ageiros.
E o mais importante: quando o desconforto se torna recorrente, procurar um especialista é o melhor caminho para entender a origem do problema e tratá-lo com segurança.
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