Geneticamente modificada, cientistas produzem aranha com teia vermelha brilhante
Cientistas criam aranha capaz de produzir teia fluorescente vermelha com aplicações industriais e médicas
Em um marco histórico para a bioengenharia, cientistas japoneses conseguiram editar geneticamente uma aranha para que produzisse teia vermelha fluorescente — uma inovação com potencial para transformar indústrias como a médica, têxtil e aeroespacial.
Dor de dente? Pode ser consequência da evolução de um peixe de 500 milhões de anos atrás; ENTENDA
É + que streaming. É arte, cultura e história.
O experimento envolveu a espécie Araneus ventricosus, comum na Ásia, que recebeu genes de proteína fluorescente vermelha (RFP) por meio da técnica CRISPR-Cas9.
Como resultado, a aranha ou a produzir fios que brilham sob luz ultravioleta, o que facilita seu rastreamento e estudo. A inovação ainda está em fase laboratorial, mas já projeta um futuro promissor para a engenharia de materiais vivos.
Aranha geneticamente modificada: seda que desafia o aço
Segundo o New Atlas, a seda de aranha é uma das fibras naturais mais fortes já conhecidas — mais resistente, por exemplo, do que o aço, em proporção peso-força. A possibilidade de manipulá-la geneticamente abre caminho para a criação de “superfibras” sob medida.
O objetivo dos cientistas é ir além da cor fluorescente e, no futuro, programar a seda para adquirir propriedades como maior elasticidade, resistência térmica ou aplicação em dispositivos médicos inteligentes.
Hiroyuki Sezutsu, líder do projeto no RIKEN Center for Biosystems Dynamics Research, comentou ao Fast Company que o principal desafio foi contornar o comportamento solitário e canibal das aranhas — tornando a manipulação genética muito mais difícil do que em outros animais já domesticados em laboratório.
Aranha geneticamente modificada: renascimento de espécies extintas
Essa não é a primeira vez que a ciência tenta modificar — ou até recriar — animais por meio da engenharia genética.
Um dos projetos mais ambiciosos é liderado pela empresa norte-americana Colossal Biosciences, que está trabalhando para “ressuscitar” espécies extintas, como o lobo terrível (Canis dirus), famoso por suas aparições na série Game of Thrones e por ter vivido há mais de 10 mil anos.
Cientista agora ite que volta de lobo extinto é falsa; ENTENDA
A empresa também desenvolve projetos para trazer de volta à vida o mamute lanoso, por meio da edição do DNA de elefantes modernos. Essas iniciativas, embora controversas, são vistas por muitos cientistas como formas de restaurar ecossistemas perdidos ou estudar padrões evolutivos — uma ideia conhecida como “desextinção”.
Biotecnologia moldando o futuro: entre ética e inovação
Além de aranhas, lobos e mamutes, outras tentativas científicas incluem camundongos com DNA humano, porcos com órgãos compatíveis para transplante e até corais geneticamente modificados para resistirem ao aquecimento global.
Cada novo experimento coloca a humanidade diante de dilemas éticos e possibilidades surpreendentes.
O caso da aranha fluorescente, no entanto, representa um avanço prático e imediato, com implicações industriais concretas.
Como ressalta a VICE, a combinação de fluorescência com engenharia genética é mais do que uma curiosidade científica — é o prenúncio de uma nova geração de biomateriais, com potencial para revolucionar tanto a ciência quanto o mercado.