Quem foi São João? Conheça o santo e sua relação com Jesus
Festejado com fogueiras, quadrilhas e milho cozido, São João é figura central nas festas juninas e na história cristã
Milho cozido, pé-de-moleque, tecido xadrez. Quando chega o mês de junho, o Brasil se enche de cores e sabores típicos das festas juninas.
Uma das figuras centrais dessas comemorações é São João, homenageado no dia 24 de junho. Mas além do título de “santo festeiro” e das celebrações com forró e fogueira, quem foi, de fato, São João?
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São João: o profeta que preparou o caminho de Jesus

São João é, na verdade, João Batista — personagem bíblico importante para o cristianismo. De acordo com os evangelhos, João foi filho de Isabel, prima de Maria, mãe de Jesus. Seu nascimento foi considerado milagroso, pois Isabel era idosa e estéril.
Por isso, segundo a tradição, ela teria acendido uma fogueira para avisar a prima sobre o nascimento do menino — origem simbólica do costume de acender fogueiras nas festas juninas.
João e Jesus teriam nascido com cerca de seis meses de diferença. João, portanto, começou sua missão antes. Viveu no deserto, adotando uma vida de renúncia, pregando o arrependimento e batizando o povo.
Sua missão era clara: preparar o caminho para o Messias. É ele quem, ao ver Jesus se aproximar, o reconhece como o “Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” e o batiza no rio Jordão.
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São João: martírio e morte de João Batista
O fim de João Batista foi trágico. Ele foi preso por ordem de Herodes Antipas, autoridade da época, por criticar publicamente sua união com Herodíades, mulher de seu irmão.
Segundo o evangelho de Marcos, Herodes se encantou com uma dança da jovem Salomé, filha de Herodíades. A pedido da mãe, Salomé pediu a cabeça de João em uma bandeja. Relutante, Herodes atendeu ao pedido.
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A morte de João teria ocorrido em 29 de agosto do ano 29. Apesar disso, sua principal festa na liturgia católica ocorre em 24 de junho, data que marca seu nascimento.
Por que o dia de São João é comemorado em junho?
Ao contrário da maioria dos santos, que são celebrados na data de sua morte, João Batista tem duas datas litúrgicas: o nascimento, 24 de junho, e o martírio, 29 de agosto. Isso ocorre porque ele é considerado o precursor de Cristo, aquele que anuncia sua chegada.
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Além disso, como a Igreja fixou o Natal para o dia 25 de dezembro, o nascimento de João Batista foi simbólica e estrategicamente estabelecido para seis meses antes, em 24 de junho. A tradição da celebração dessa data remonta ao século IV.
Origens das festas juninas e a ligação com São João
As festas de 24 de junho, na verdade, existiam antes mesmo do cristianismo. No hemisfério norte, essa data marca o solstício de verão, momento de colheita e abundância.
As comemorações pagãs foram absorvidas pela Igreja Católica entre os séculos XII e XIV, que transformou os antigos ritos em homenagens a santos, especialmente a São João.
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Com a chegada dos portugueses ao Brasil, essas festas foram trazidas e adaptadas à cultura local, sobretudo nas regiões rurais. A festa de São João ganhou força no Nordeste, associada ao agradecimento pelas colheitas e às tradições religiosas católicas.
Festas, fogueiras e cultura popular
No Brasil, as fogueiras continuam como símbolo forte da data, seja como sinal de nascimento do santo ou para “espantar os maus espíritos”, como se fazia nos tempos pagãos.
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As quadrilhas, inspiradas nas danças de salão sas, foram incorporadas ao lado de comidas típicas como pamonha, canjica, pé-de-moleque e bolo de milho — influências indígenas e do interior rural.
Oração a São João Batista
"Oração de São João Glorioso São João Batista,
que fostes santificado no seio materno,
ao ouvir vossa mãe a saudação de Maria Santíssima,
e canonizado ainda em vida pelo mesmo Jesus Cristo
que declarou solenemente não haver
entre os nascidos de mulheres nenhum maior que vós;
por intercessão da Virgem e pelos infinitos merecimentos de seu divino Filho,
de quem fostes precursor, anunciando-o como Mestre
e apontando-o como o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo,
alcançai-nos a graça de darmos também nós testemunho da verdade
e selá-lo até, se preciso for, com o próprio sangue, como o fizestes vós,
degolado iniquamente por ordem de um rei cruel e sensual,
cujos desmandos e caprichos havíeis justamente denunciado.
Abençoai todos os que vos invocam e fazei que aqui floresçam
todas as virtudes que praticastes em vida, para que,
verdadeiramente animados do vosso espírito,
no estado em que Deus nos colocou,
possamos um dia gozar convosco
da bem-aventurança eterna.
Amém."
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