Mesmo com ideias inovadoras, 'The First Berserker: Khazan' decepciona

Mesmo com ideias inovadoras, 'The First Berserker: Khazan' decepciona

Novo souls-like combina ação intensa, estilo visual marcante e chefes desafiadores, mas peca na narrativa rasa e missões repetitivas ao longo da jornada

"The First Berserker: Khazan" é um jogo de ação que mistura combates intensos com um mundo sombrio e brutal, inspirado no estilo Souls-like, famoso por sua dificuldade e profundidade. Ambientado no universo de "Dungeon & Fighter", ele acompanha a jornada de vingança de Khazan, um guerreiro traído pelo próprio império que serviu. A proposta é clara desde o início: lutas rápidas, difíceis e cheias de impacto. Não há introdução demorada ou tutoriais longos. O jogador é jogado no caos e aprende enfrentando inimigos letais, em um ritmo acelerado e instigante.

A narrativa gira em torno da vingança de Khazan e oferece momentos promissores, mas falha em desenvolver o personagem. O pano de fundo político e sombrio lembra jogos como "Dark Souls", porém a construção de mundo e personagens secundários é rasa. A sensação é de que Khazan é apenas mais um herói furioso, sem espaço para evolução emocional ao longo da campanha.

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O controle do personagem é fluido e responsivo. As esquivas são rápidas e, se bem cronometradas, abrem espaço para contra-ataques devastadores. O sistema de parry é exigente, mas recompensador: defender no tempo certo reduz o dano e permite combos poderosos. Existem três tipos principais de armas — espadas duplas, lanças e espadões — e cada uma muda completamente a dinâmica de combate. Jogadores iniciantes podem preferir a lança, que permite atacar mantendo distância. Os menus são fáceis de navegar, mas é recomendável ajustar a sensibilidade do controle para facilitar a movimentação em ambientes apertados.

Visualmente, o jogo aposta em um estilo anime sombreado por células, com inspiração clara em Berserk e Nioh. Os cenários variam entre fortalezas em ruínas, cavernas escuras e florestas carregadas de névoa. Embora os gráficos não sejam hiper-realistas, o estilo funciona. A direção de arte chama atenção, mas há momentos em que a paleta de cores escura dificulta a leitura do cenário e confunde o jogador. A performance no PS5 é estável, sem quedas de frame, mesmo com os efeitos visuais intensos das batalhas.

O som é um destaque à parte. As trilhas orquestrais acompanham a tensão dos combates, mas sabem quando recuar para dar espaço aos ruídos de batalha: o choque de lâminas, os gritos dos inimigos e o impacto dos golpes pesados. Tudo soa com peso e urgência, reforçando a atmosfera densa e dramática. As atuações de voz, especialmente de Ben Starr, são eficazes sem exageros, mesmo quando o texto não ajuda.

Com cerca de 40 horas de duração, "The First Berserker: Khazan" oferece bom conteúdo para quem gosta de explorar, enfrentar chefes e aprimorar builds. Há chefes memoráveis e um sistema de progressão que incentiva experimentar habilidades e equipamentos. Ainda assim, o excesso de loot irrelevante e missões repetitivas prejudica a sensação de avanço. Jogadores mais experientes podem se sentir entediados com o farm constante e a pouca variedade de tarefas secundárias.

O que mais impressiona aqui é, sem dúvidas, o combate e o visual ousado. O que decepciona é a falta de profundidade narrativa e a repetição. Khazan é intenso, estiloso e brutal, com falhas notáveis, mas um apelo forte para quem curte pancadaria com ritmo e personalidade.

Davi Rocha é integrante do canal de Youtube Bacontástico

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