O que são bebês reborn? Entenda a febre dos bonecos ultra-realistas
Com pinturas que simulam veias, manchas e rugas, a nova tendência tem ganhado destaque nas redes sociais
Os bonecos hiper-realistas viraram tendência nas redes sociais e movimentam uma hashtag de “mães” que levam seus reborns para ear e ir ao hospital. Eles buscam reproduzir com fidelidade a aparência e o peso de bebês recém-nascidos.

É + que streaming. É arte, cultura e história.
Produzidos a partir de kits de vinil recebem dezenas de camadas de tinta, aplicação de veias, manchas, rugas e até implantação de cabelo – quanto mais real mais caro.
Nos últimos meses, o fenômeno ganhou as redes sociais, com centenas de publicações marcadas por hashtags como #reborn e #rebornmommy, onde as “mães” exibem rotinas de cuidado – do banho à ida no hospital – como se fossem bebês vivos. Os bebês também são vistos como item de colecionador, virando opção de presente para diferentes faixas etárias.
O assunto tomou grande proporção após o Padre Fábio de Melo “adotar” um bebê recém-nascido com síndrome de Down durante viagem à Orlando, nos Estados Unidos. O ato foi em homenagem à sua mãe, Ana Maria de Melo, que faleceu em 2021 por covid-19 e colecionava as bonecas.

Origem e evolução
“Reborn” vem do inglês e significa “renascido” a arte remonta uma das origens na Segunda Guerra Mundial (1939 - 1945), período houve escassez de brinquedos, por conta disso, muitas bonecas foram “renascidas” para que as crianças pudessem brincar novamente. Na década de 1990, entusiastas do vinil aperfeiçoaram a técnica nos Estados Unidos, criando uma comunidade global de artistas-rebornies que vendem suas peças em feiras especializadas e plataformas como ebay desde 2002.
Os valores podem ir de R$200 a mais de 12 mil.
Por que essa febre nas redes sociais?
O apelo visual extremo e a teatralidade de simular partos, rotinas de amamentação e eios geram conteúdos de alto engajamento. Além disso, eventos como “encontros de famílias reborn” em parques metropolitanos reforçam o senso de comunidade e curiosidade em torno do hobby.

As “mães” de bebês reborn geralmente atendem ao perfil de colecionadores, artistas, mães em luto ou lidando com perdas gestacionais. Os brinquedos também são recomendados como processo terapêutico para ansiedade e depressão semelhante ao “cuddle therapy” ("Terapia do carinho") associando o ato de cuidado à liberação de hormônios de bem-estar.
Em Campinas (SP), a loja Alana Babys amplia a questão da maternidade e seus funcionários vestem jalecos e pijamas cirúrgicos simulando partos com as bonecas empelicadas em uma bolsa com água que imita a placenta e conectados por uma corda parecida com um cordão umbilical.