Janeiro Branco: qual a relação entre saúde mental e emagrecimento? 5a465u
Emagrecimento costuma ser uma das metas do início do ano. É preciso atenção pois o processo afeta o corpo e a mente; saiba mais
“Projeto verão sem sofrimento” ou “como está seu projeto verão?" são exemplos comuns de anúncios de redes de academias ou lojas de comidas saudáveis.
Quando começa um novo ano, é comum que as pessoas o vejam como um novo ciclo de metas a serem alcançadas, como um recomeço. Dentre estas metas, estão “sair do sedentarismo”, “se alimentar melhor” e, talvez a mais comum, “perder peso”.
É + que streaming. É arte, cultura e história.
O termo “emagrecimento” registrou um aumento de quase 90% desde o primeiro dia de 2025 nas buscas feitas pelos brasileiros, segundo o Google.
Fazer exercícios e comer de forma saudável também são formas de cuidar da nossa saúde mental, inclusive no tratamento de doenças psicossomáticas, como depressão e ansiedade.
Porém, com a influência de pressões estéticas ou dietas milagrosas, o processo de emagrecimento exige mais do que só o físico e afeta a mente também. Assim, ao fazer dietas e/ou tentar emagrecer, é necessário estar atento também às questões de saúde mental que estão presentes no processo.
Janeiro Branco: como a alimentação afeta a saúde mental? 482a13
A comida tem uma função principal de nutrição, mas pode ter outros significados na nossa rotina, explica a psicóloga clínica Luana Siqueira. Essas outras funções podem levar a usar a comida como curativo para alguma dificuldade ou para evitar alguma emoção.
“Neste caso, estamos usando a comida da forma errada. Então a gente precisa de clareza, e a melhor maneira de construir esta clareza é com autoconhecimento”, enfatiza a profissional.
A relação entre os dois conceitos também está nas expectativas que colocamos em nossos hábitos e dietas, por exemplo. Metas exageradas ou impossíveis podem levar à frustração.
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“A pessoa já está com a saúde mental debilitada, já muito cansada, decide que irá perder 20 quilos. Para isso, a gente precisa comer melhor, fazer atividade física, e a pessoa quer isso muito rápido, com coisas que não tem nada a ver com a sua rotina. Então a saúde mental começa a ser afetada, e vem a frustração”, exemplifica a nutricionista Mariana Ribeiro.
A advogada Sueli Maria de Oliveira, 57, relata que suas questões emocionais afetam como ela lida com a alimentação. Ela afirma que chegou a ter o peso ideal há uns sete anos, mas acabou voltando ao peso anterior.
“Sei que tem muita questão psicológica, já que por mais que eu esteja perdendo peso, acho que estou mais gorda, fico frustrada porque eu não perdi nenhum peso. Aí volto a comer (de forma prejudicial)”.
Em 2025, ela está novamente focada em bater a meta e mantê-la, inclusive fazendo acompanhamento com um nutricionista e um personal trainer para os exercícios.
Janeiro Branco: mulheres são as que mais sofrem com pressões estéticas 6d501u
“A mulher vai correr mais atrás (de perder peso) por uma questão histórica. Antigamente, a mulher era considerada “bela, recatada e do lar” e criou um imaginário que a mulher só tem valor se for bonita”, explica Mariana.
Os estudos científicos também enfatizam este conceito. De acordo com pesquisa da universidade San Raffaele, em Roma, as mulheres consomem alimentos mais saudáveis e costumam fazer mais exercícios físicos. No Brasil, estudos deste tipo ainda são escassos.
A cobrança por padrões estéticos que se modificam de tempos em tempos é muito maior em relação ao corpo das mulheres. Sueli cita que sofreu com os comentários sobre seu corpo na infância, pois era gorda. A advogada diz que relembra essa época quando o assunto são as metas de emagrecimento.
Janeiro Branco: autoestima não se constrói apenas com aparência 1r2b5w
Contudo, a psicóloga Luana alerta que a autoestima não se constrói apenas com elementos da aparência e também abrange questões da própria personalidade. “Quem é você? Do que que você gosta? Quais são as suas preferências? Como é que é seu humor">