Presidente do INSS confirma ressarcimento de aposentados e pensionistas afetados por fraudes
Gilberto Waller disse que os pagamentos vão ocorrer de forma mensal na mesma conta do benefício, alertou contra golpes e descartou pagamento via Pix
O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) anunciou que irá ressarcir aposentados e pensionistas que sofreram descontos indevidos em seus benefícios, decorrentes de um esquema de fraude que desviou bilhões de reais da Previdência Social. A devolução dos valores será realizada diretamente nos pagamentos mensais dos beneficiários, sem necessidade de solicitação adicional.
A informação foi dada pelo novo presidente do órgão, Gilberto Waller Júnior, nesta terça-feira, 6. Em declaração dada à rádio CBN, Gilberto descartou a possibilidade de ressarcimento via Pix.
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“Será feito via benefício, via conta do benefício. Nada de Pix, nada de depósito em conta e nada de sacar em banco" disse Waller.
O novo chefe do INSS acrescentou que os aposentados vão receber a devolução diretamente na conta de saque do benefício, em folha suplementar, que funciona como uma folha de pagamento adicionais para cobrir pagamentos não inclusos na folha principal.
“Da mesma conta que ele recebe o seu benefício previdenciário vai ser depositado. Por isso eu peço a todos: não caia em outros golpes, não assine nada, não abra link, não acredite em ninguém que esteja vendendo facilidade”, completou Gilberto.
Assim, os valores descontados indevidamente serão devolvidos automaticamente nos pagamentos mensais dos beneficiários afetados. A medida visa reparar os danos causados pela fraude e restabelecer a confiança no sistema previdenciário.
O executivo disse ainda que o plano de ressarcimento completo está em fase final e deve ser entregue até a próxima semana. De acordo com ele, o Presidente Lula pediu agilidade no pagamento dos valores, mas lembrou que o início do pagamento ainda não começou.
Entenda o caso
A fraude, investigada pela Polícia Federal e pela Controladoria-Geral da União (CGU), envolveu a aplicação de descontos não autorizados em aposentadorias e pensões, por meio de convênios com entidades suspeitas. Estima-se que cerca de 4,1 milhões de beneficiários foram afetados, resultando em um prejuízo de aproximadamente R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024.
A operação policial, deflagrada em abril de 2025, resultou no afastamento do então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, e na prisão de envolvidos no esquema. A investigação revelou que os descontos eram realizados sem o consentimento dos beneficiários, através de entidades que firmavam convênios com o INSS.