PDT decide deixar base aliada de Lula na Câmara quatro dias após queda de Lupi

PDT decide deixar base aliada de Lula na Câmara quatro dias após queda de Lupi

Partido não gostou da forma com que governo teria "fritado" Lupi e agora deve deixar de ter alinhamento automático com Planalto

A bancada do PDT na Câmara dos Deputados decidiu, nesta terça-feira, 6, adotar uma posição de independência em relação ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A decisão ocorre quatro dias após a saída de Carlos Lupi do comando do Ministério da Previdência, em meio às denúncias de fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

Embora o partido afirme que não migrará para a oposição nem ará a integrar a base bolsonarista, os deputados pedetistas não seguirão mais automaticamente as orientações do Palácio do Planalto. “Foi uma decisão unânime pela independência”, afirmou o líder da legenda na Casa, deputado federal Mário Heringer (MG).

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Ele não descartou uma retorno ao governo, o que dependeria mais do Planalto do que do partido. Para Heringer, a relação, que já não estava boa, ficou insustentável com a saída de Lupi. O parlamentar ressaltou ainda que deputados do PDT estão autorizados a a I ou a MI do INSS, caso o escopo de investigação atinja o governo anterior.

Parlamentares do partido consideraram a saída de Lupi um desfecho humilhante de um processo de desgaste público, e classificaram sua demissão como um “desrespeito” ao PDT. A insatisfação também se estendeu à escolha de Wolney Queiroz para substituí-lo na pasta da Previdência. Segundo deputados ouvidos, Queiroz não representa a bancada pedetista na Câmara.

“Não temos condições de ser oposição, não vamos nos agrupar ao PL. Mas temos pautas identitárias que casam com o governo. Deixamos a base e ficamos independentes”, afirmou um dos parlamentares.

Com 17 deputados atualmente, o PDT integrava a base aliada do governo desde o início do atual mandato de Lula. Em 2022, o partido lançou candidatura própria à Presidência com Ciro Gomes, mas, após um desempenho fraco, declarou apoio ao petista no segundo turno. A crise atual, porém, reacendeu debates internos sobre uma possível candidatura própria para 2026.

A reunião que selou a mudança de postura contou com a presença de Carlos Lupi. Segundo relatos, o ex-ministro defendeu sua gestão à frente do INSS, afirmando que atuou para combater fraudes no sistema previdenciário e negando qualquer participação em irregularidades. Ele reiterou que não foi citado nas investigações e garantiu que não há conduta ilícita de sua parte.

Lupi deixou o Ministério na sexta-feira, 2, após se tornar alvo de críticas internas e externas devido ao escândalo de desvios envolvendo aposentadorias e pensões. Mesmo com sua saída, a crise provocada no partido ainda reverbera e poderá influenciar o posicionamento do PDT nas eleições presidenciais de 2026.

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