Câmara de São Paulo aprova reajuste de servidores municipais em meio a protestos
A matéria aprovada divide o reajuste salarial dos servidores da capital paulista em duas parcelas. A primeira de 2,60%, com início em 1º de maio de 2025, e a segunda de 2,55%, a partir de maio do ano que vem
A Câmara Municipal de São Paulo aprovou em sessão na última terça-feira, 29, o reajuste anual dos servidores, em meio a greve e protestos. O valor estabelecido é de 5,2%, dividido em duas parcelas. O placar foi de 34 votos favoráveis a 17 contrários ao PL 416/2025, proposto pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB).
A aprovação ocorreu em meio a uma sessão agitada, marcada por protestos na Casa e num cenário de greve de professores e outros servidores municipais. A matéria aprovada divide a atualização salarial dos servidores da capital paulista em duas parcelas:
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- a primeira de 2,60%, com início em 1º de maio de 2025;
- a segunda de 2,55%, a partir de 1º de maio de 2026.
O acumulado fica em 5,15%. O projeto de lei foi aprovado com duas emendas, uma da liderança do governo e outra do vereador Thammy Miranda (PSD), aprovadas por unanimidade.
Uma das emendas reajusta benefícios, como Auxílio Refeição e Vale Alimentação, em 5,21% a partir de 1º de maio. A outra estabelece 2025 como o ano de referência para os valores de reajuste. O projeto segue para redação final na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e depois deve seguir para a sanção do prefeito Ricardo Nunes.
A sessão foi palco de embates entre os parlamentares. Os vereadores Rubinho Nunes (União) e Toninho Vespoli (Psol) se desentenderam após o psolista levantar um cartaz em apoio aos manifestantes ao finalizar sua fala na tribuna.
Nesse momento, Rubinho estava atrás de Toninho e tentou retirar o cartaz das mãos do vereador. Toninho desviou e outros parlamentares se aproximaram para conter o tumulto.
Vereadora é acusada de racismo durante sessão
Durante discurso na tribuna, a vereadora Cris Monteiro (Novo) afirmou nessa terça-feira, 29, que "mulher branca, bonita e rica incomoda". A declaração ocorreu em meio a discussão do reajuste para servidores e foi dirigida a sindicalistas que acompanhavam a votação, gerando forte reação durante a sessão.
Durante o tempo do seu discurso, enquanto defendia o projeto do Executivo, Cris repreendeu a vereadora Luana Alves (PSOL), que tentava confrontá-la. "Por favor, Luana, calada. Pode me devolver o tempo. Eu escutei todos vocês calados”, pediu Cris Monteiro.
“Agora quando vem uma mulher branca aqui falar a verdade para vocês, ficam todos nervosos porque uma mulher branca, bonita e rica incomoda muito vocês. Estou aqui representando uma parte importante da população”, prosseguiu a vereadora.
Ainda durante o discurso, foi pedido a suspensão da sessão, que foi pausada por 20 minutos. Antes mesmo de rebater a psolista, Cris havia tido embate com os sindicalizados que acompanhavam a sessão.
“A senhora, por favor, deixa eu terminar de falar”, disse a parlamentar apontando o dedo para uma mulher do sindicato que estava presente. “Vaiem, porque a vaia de vocês é a minha alegria. Sua barriga deve estar muito cheia de aumentos salariais”, proferiu a parlamentar.