Aposentado descobre 3 mil veículos e 200 multas em seu nome após roubo de dados
Caso revela esquema de fraude na França; criminosos usam dados pessoais para registrar veículos, gerar multas e aplicar golpes
Um morador de Nice, na França, descobriu que seu nome estava associado a uma situação surreal: mais de 3.000 veículos registrados em seu nome e cerca de 200 multas acumuladas em seis meses, todas sem qualquer relação com sua vida real. O caso foi divulgado nesta semana pela TF1 Info e rapidamente ganhou repercussão no país, trazendo à tona uma rede de fraudes estruturada a partir do roubo de dados pessoais.
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Segundo as autoridades sas, o golpe consiste na utilização indevida de dados de cidadãos para realizar o registro de veículos. Na prática, os criminosos conseguem transferir automóveis para o nome de terceiros, o que permite, por exemplo, que evitem o pagamento de impostos, taxas de circulação e multas.
Além disso, esse mecanismo serve para ocultar a identidade dos verdadeiros proprietários, dificultando a fiscalização e a responsabilização por eventuais infrações.
No caso do aposentado de Nice, identificado pela reportagem apenas como Christian, o impacto foi imediato. Além das multas, ele ou a ser alvo de cobranças fiscais, pontos na carteira de motorista e procedimentos istrativos que questionavam sua responsabilidade sobre os milhares de veículos atrelados ao seu nome.
O problema só foi percebido quando começaram a chegar notificações recorrentes de infrações de trânsito e dívidas ligadas a automóveis que ele nunca teve.
Vazamento massivo de dados em 2022
As investigações indicam que o caso pode estar vinculado a um grande vazamento de dados ocorrido em 2022, quando milhões de informações pessoais foram expostas na França. O Ministério do Interior confirmou que esse não é um episódio isolado.
Há centenas de registros de cidadãos que se depararam com dezenas, às vezes centenas, de veículos vinculados aos seus nomes de forma fraudulenta.
Diante da gravidade da situação, o governo francês anunciou medidas emergenciais, como o reforço dos sistemas de segurança digital e a criação de canais específicos para atendimento às vítimas desse tipo de fraude.
Ainda assim, o processo para a regularização é considerado burocrático, exigindo que as pessoas afetadas comprovem, uma a uma, que não possuem qualquer relação com os veículos fraudulentamente registrados.
O episódio reabriu discussões na França sobre segurança cibernética, proteção de dados e a fragilidade de sistemas públicos e privados diante de ataques e vazamentos de informações. As autoridades orientam a população a acompanhar com atenção seus registros e a procurar assistência sempre que identificarem movimentações suspeitas envolvendo seus dados pessoais.
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