IOF: o que é, como afeta seu cotidiano e qual o valor hoje?
Descubra como funciona o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), quando ele é cobrado, como calcular e quais são as taxas atualizadas em 2025
Na manhã desta sexta-feira, 23, após publicar um decreto com a elevação e a padronização de diversas alíquotas do IOF, o governo recuou e revogou parte dos aumentos seis horas depois do anunciado.
Assim, as aplicações de fundos nacionais no Exterior continuarão isentas e as remessas de pessoas físicas ao Exterior destinadas a investimentos permanecerão com a alíquota de 1,1% por operação. Anteriormente, ambas teriam um percentual de 3,5%.
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A medida foi tomada após forte repercussão negativa do mercado e discussão interna no alto escalão do governo Lula.
Com a repercussão do assunto, a pergunta repercute: o que é esse imposto, como ele impacta suas finanças e qual é o valor cobrado atualmente?
A seguir, O POVO explica tudo sobre o Imposto sobre Operações Financeiras.
O que é IOF e qual seu objetivo?
O IOF (Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro, ou relativas a Títulos ou Valores Mobiliários) é um tributo federal previsto na Constituição de 1988 e regulamentado desde 1994. Ele incide sobre diversas movimentações financeiras feitas por pessoas físicas ou jurídicas.
Como o próprio nome diz, ele é aplicado sobre operações que envolvem crédito, câmbio, seguros e investimentos mobiliários.
Muito mais do que uma simples arrecadação, o IOF é um instrumento de política econômica: serve para o governo estimular ou desestimular o consumo e o crédito.
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Ou seja, ele atua como um termômetro do mercado financeiro — quanto maior a arrecadação de IOF, maior o volume de transações, o que pode indicar aquecimento econômico.
Esse dinheiro gera receita para a União, sendo seu uso definido pelo Poder Executivo. Para se ter ideia, somente em novembro de 2021, a arrecadação com o imposto IOF foi de R$ 4,9 bilhões, crescimento de 322,65% em relação ao ano anterior, segundo dados da Receita Federal.
O que é alíquota?
Segundo o Serasa, a alíquota é um percentual usado para calcular o valor final de um imposto que deve ser pago por uma pessoa física ou jurídica.
No entanto, esse valor nem sempre é fixo, ou seja, não existe uma alíquota única para todas as operações.
Em quais situações o IOF é cobrado?
O IOF não é cobrado em todas as movimentações financeiras, mas aparece em diversas situações, especialmente quando há movimentação de crédito ou câmbio. Veja os principais casos:
- Empréstimos e financiamentos;
- Cheque especial e rotativo do cartão de crédito;
- Compras internacionais com cartão de crédito;
- Compra ou venda de moeda estrangeira;
- Resgate de alguns tipos de investimentos;
- Contratação de seguros.
Qual é o valor do IOF hoje?
A equipe econômica do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou nessa quinta-feira, 22, um aumento do IOF sobre operações de crédito. Incluindo empresas, em transações cambiais como compra de dólar em espécie e investimento em fundos no exterior.
Horas depois o governo revogou o IOF mais alto para aplicações em fundos nacionais fora do Brasil. Ou seja, retomou a alíquota zero para esse caso.
Portanto, ficou mantido o IOF mais alto para compra de dólar em espécie para pessoas físicas, como também para as remessas de dinheiro para contas no exterior. Nos dois casos, o imposto foi de 1,1% para 3,5%.
IOF no cartão de crédito: por que aparece na fatura?
Muitos consumidores se assustam ao ver a cobrança de IOF na fatura do cartão de crédito, mas ele não é cobrado nas compras comuns feitas no Brasil. O imposto aparece apenas em situações específicas, como:
- Atraso no pagamento da fatura (entra no crédito rotativo);
- Compras internacionais (inclusive online);
- Financiamento da fatura do cartão;
- Saque com cartão de crédito no Brasil ou exterior.
É importante lembrar que o IOF não é um juro bancário, e sim um imposto obrigatório cobrado pelo governo, sem possibilidade de negociação.
Como calcular o IOF? Veja exemplos
Para calcular o IOF, é preciso conhecer a alíquota da operação e aplicar sobre o valor da transação. Confira exemplo práticos:
Exemplo: IOF em compra internacional com cartão
Foi gasto R$ 1.000,00 em um site estrangeiro. O IOF será de 3,5%:
- R$ 1.000,00 x 0,035 = R$ 35,00
Para quem usa o cartão de crédito em compras internacionais – inclusive as feitas online – paga também um IOF de 3,5% sobre o valor das compras em real. Esse valor é válido até o fim de 2025.
Antes isentas, as transferências para investimentos no exterior também terão IOF de 3,5%. Assim como cheques de viagem e remessas para contas no exterior.
IOF em investimentos: quando é cobrado?
O IOF só incide sobre investimentos de renda fixa (como CDBs e Tesouro Direto) se o resgate ocorrer em menos de 30 dias. Nesse caso, a alíquota varia de 96% a 0% dos rendimentos, reduzindo diariamente. Após 30 dias, não há mais cobrança de IOF.
Investimentos isentos de IOF
- Poupança;
- LCI e LCA;
- Fundos imobiliário;
- Debêntures de infraestrutura.
Debêntures são títulos de dívida emitidos por empresas com capital aberto na bolsa de valores, e funcionam como uma captação de recursos dessas empresas. Assim, funciona como se os investidores tivessem “emprestando” dinheiro em troca de um rendimento futuro.
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