Fortescue debate os próximos 15 anos do Pecém com comunidades locais e pesquisadores
Empresa elabora estudo ambiental em parceria com o Labomar a respeito de características ambientais do local onde deve ser instalada a usina de hidrogênio verde da companhia
De posse do mais avançado projeto de produção de hidrogênio verde (H2V) do Brasil, a Fortescue reuniu pesquisadores e comunidades de pescadores e marisqueiros para debater os próximos 15 anos do Pecém, onde a sua usina de H2V deve ser instalada com investimento de R$ 20 bilhões.
A escuta das expectativas da população se deu na última quarta-feira, 7, em evento realizado no Isla Beach Hotel, onde também foram apresentadas as primeiras informações colhidas no estudo elaborado em parceria da empresa com o Instituto de Ciências do Mar (Labomar), da Universidade Federal do Ceará (UFC).
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"Para nós é muito importante ouvir e aprender com a experiência de vida de todos, da forma como a natureza fala e aprendemos a ouvir", diz Cinthya Oliveira, coordenadora de performance social e comunidade da Fortescue.
Drones subaquáticos e câmeras de alta precisão foram utilizados pelos pesquisadores no intuito de "ampliar o conhecimento sobre o ambiente marinho local e orientar o planejamento técnico e ambiental da planta de forma mais eficiente e sustentável".
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Além da usina de H2V, a Fortescue também deve construir uma planta de dessalinização da água do mar. Os estudos ambientais conduzidos pelos professores da UFC miram colher informações que possam servir de comparativo e orientar as decisões futuras, após o início da produção, prevista para 2029.
“Os estudos foram iniciados em 2024 e seguem em 2025 e proporcionarão uma visão do ambiente para especificar a configuração do nosso projeto e estabelecer padrões para seu gerenciamento e operação”, explica Gianpaola Ciniglio, responsável pela área de Meio Ambiente da Fortescue no Brasil.
O que os pesquisadores estudam?
Na prática, acrescenta Ciniglio, as atividades envolvem estudos geotécnicos e marinhos que serão fundamentais tanto para a definição da configuração da planta de H2V quanto para o estabelecimento de padrões de gerenciamento ambiental, além de avaliar seus possíveis impactos ambientais.
O professor Marcelo Soares, pesquisador do Labomar/UFC e coordenador do projeto, explica que foram realizadas quatro campanhas em mar na região adjacente à futura planta da Fortescue, no município de São Gonçalo do Amarante e próximo ao Porto do Pecém.
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“Nosso diagnóstico inclui toda a área da vida marinha, além da geologia da região. Ou seja, tudo o que existe no fundo do mar e na faixa de praia também está contemplado no monitoramento”, relata.

Intitulado Marine Environmental Baseline Studies (MEBS), o estudo conta com a participação de mais de 30 pesquisadores da UFC.
A etapa atual das pesquisas deve ser concluída até o fim do primeiro semestre de 2025, segundo projeção da Fortescue.