Plantas "ouvem" abelhas e adoçam o néctar; entenda a audição vegetal

Plantas "ouvem" abelhas e adoçam o néctar; entenda a audição vegetal

Cientistas revelaram que flores detectam o som de abelhas e adoçam o néctar, reagindo rapidamente para atrair polinizadores eficazes

Imagine caminhar por um jardim florido e, de repente, descobrir que as flores ao seu redor não são ivas, imóveis e silenciosas. Elas escutam e respondem ao que ouvem.

Quando o zumbido de uma abelha se aproxima, algumas flores agem rapidamente, como se entendessem o que está acontecendo. Elas adoçam o néctar — num gesto quase de hospitalidade — para atrair o visitante alado. 

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Uma nova pesquisa conduzida por cientistas da Universidade de Turim, na Itália, revelou que flores como as boca-de-leão são capazes de detectar sons específicos, como o zumbido das asas de abelhas, e reagir a eles em tempo real.

Ao perceberem essas vibrações, as plantas aumentam tanto a quantidade quanto a concentração de açúcar no néctar, tornando-o mais atrativo para os polinizadores. A descoberta foi publicada em diversos veículos internacionais, como The Guardian.

Audição vegetal: detalhamento da descoberta

Segundo a reportagem do veículo britânico citado, a líder do estudo, a zoologista sca Barbero, e sua equipe simularam o som de abelhas voando perto das flores com alto-falantes. O resultado foi que, em menos de três minutos, as flores aumentaram a concentração de açúcar no néctar.

Esse comportamento sugere que as plantas podem identificar sinais sonoros relevantes em seu ambiente e reagir de forma vantajosa para sua sobrevivência e reprodução.

“As plantas não apenas detectam o som, mas respondem de forma inteligente. É um tipo de comunicação sutil, mas eficaz”, disse Barbero ao The Guardian.

Audição vegetal: como funciona o processo

Embora não tenham ouvidos, as flores parecem “escutar” por meio de estruturas sensíveis às vibrações — os chamados mecanorreceptores.

Essas células conseguem detectar as oscilações causadas pelo som e traduzi-las em respostas biológicas, como a ativação de genes relacionados à produção de açúcar, conforme destacou o Science Blog.

Isso significa que as flores, em certa medida, têm uma forma de percepção acústica — limitada, mas suficiente para distinguir o som de um polinizador útil, como uma abelha, de outros sons irrelevantes ou prejudiciais.


Audição vegetal: estratégia de sobrevivência

De acordo com a Popular Science, essa resposta rápida ao som representa uma vantagem evolutiva, parte do ato de oferecer néctar mais doce no momento exato em que um polinizador se aproxima, a planta aumenta suas chances de ser visitada e polinizada com eficiência.

Isso evita desperdício de energia e afasta visitantes que não colaboram com a polinização, como formigas ou certos insetos oportunistas.

A pesquisa também sugere que diferentes espécies de plantas podem “ouvir” frequências específicas de seus polinizadores preferenciais.

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Audição vegetal: consequências para agricultura e meio ambiente

As descobertas têm potencial para transformar práticas agrícolas e sistemas de cultivo. Entender como plantas respondem a estímulos sonoros pode abrir caminho para tecnologias que otimizem a polinização em lavouras, especialmente em um mundo onde os polinizadores naturais estão em declínio.

No futuro, seria possível usar sons artificiais — como o zumbido de abelhas reproduzido por alto-falantes — para estimular a produção de néctar e atrair polinizadores em ambientes agrícolas, melhorando a produtividade de forma sustentável.

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