Estudo detalha que apenas 0,001% dos mares foi explorado pelos humanos

Estudo detalha que apenas 0,001% dos mares foi explorado pelos humanos

Apesar de cobrirem mais de 70% da superfície da Terra, os oceanos seguem misteriosos, já que apenas 0,001% de seu fundo foi explorado por humanos

A não exploração do desconhecido conforta ou assusta? Essa pergunta, com respostas únicas e pessoais, surge diante das descobertas humanas em relação aos mares. Um estudo publicado na quarta-feira, 7 de maio, na revista Science Advances, revelou que 99,999% do mar profundo permanece inexplorado.

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Apesar de cobrirem mais de 70% da superfície terrestre, os oceanos ainda são quase totalmente desconhecidos para a humanidade. Os escassos 0,001% que foram efetivamente observados se restringem a faixas do fundo marinho situadas abaixo dos 200 metros de profundidade.

Em termos práticos, essa fração representa uma área menor que cerca de 4.000 km². Em um planeta onde os oceanos cobrem aproximadamente 361 milhões de km², isso equivale a um fragmento minúsculo explorado de forma direta.

99,999% segue inexplorado pelos humanos: um mundo quase todo por descobrir

A maioria das informações que temos sobre os mares vem de mapas batimétricos — registros da topografia submarina produzidos com o uso de sonares e satélites. No entanto, observar, documentar e entender a vida e a geologia no fundo dos oceanos é algo muito mais complexo.

A vastidão subaquática continua a esconder criaturas desconhecidas, paisagens geológicas inusitadas e fenômenos naturais ainda não compreendidos. Ainda assim, nas raras ocasiões em que a ciência mergulhou fundo — literalmente — grandes surpresas surgiram.

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Em 2024, uma missão liderada pela Ocean Exploration Trust, em parceria com a NOAA (istração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA), identificou uma formação rochosa semelhante a um monólito de 15 metros de altura nas águas do Havaí.

A estrutura, que lembra uma coluna vertical esculpida, é provavelmente um raro dique vulcânico, formado por magma que preencheu fraturas em rochas mais antigas. Descobertas como essa revelam o quão pouco conhecemos — e o quanto ainda pode nos surpreender o que está por vir.

99,999% segue inexplorado pelos humanos: os empecilhos

O que impede que conheçamos mais do “planeta azul” tem resposta complexa. As profundezas oceânicas enfrentam desafios naturais extremos, como:

  • Ausência total de luz;
  • Temperaturas próximas a 0 °C;
  • Pressões centenas de vezes superiores às da superfície.

Tais condições exigem equipamentos altamente especializados, como submersíveis tripulados, drones aquáticos e robôs com sensores sofisticados — tecnologias caras e de difícil manutenção.

Além disso, a comunicação em tempo real com essas máquinas é limitada pela própria física: ondas de rádio, que funcionam bem em terra firme, são rapidamente absorvidas pela água. Isso obriga o uso de sistemas acústicos, que são mais lentos e menos precisos.

Como consequência, a exploração é lenta, dispendiosa e depende de investimentos substanciais.

99,999% segue inexplorado pelos humanos: os líderes das explorações

Atualmente, a maior parte da exploração do fundo do mar está nas mãos de poucos países. Estados Unidos, Japão, Nova Zelândia, França e Alemanha são responsáveis por cerca de 97% de todas as observações visuais realizadas em áreas profundas dos oceanos.

Sozinhos, EUA, Japão e Nova Zelândia concentram mais de 65% dessas observações dentro de suas zonas econômicas exclusivas — áreas que se estendem até 200 milhas náuticas a partir da costa.

Esse domínio é resultado de uma combinação de fatores como recursos tecnológicos avançados, políticas públicas voltadas à ciência marinha e a existência de agências governamentais com foco na pesquisa oceânica.

Enquanto isso, países em desenvolvimento ainda enfrentam grandes dificuldades para financiar e realizar expedições científicas ao fundo do mar.

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