INSS: 40% das fraudes identificadas pela PF no Ceará são de amparo social ao idoso h2x68
Empresas lavam dinheiro e causam prejuízo de até R$ 20 milhões aos cofres públicos
40% das fraudes em benefícios do INSS que chegam a Delegacia de Repressão a Crimes Previdenciários do Ceará são de Benefício Assistencial ao Idoso. A informação é do chefe da especializada, delegado da Polícia Federal Cláudio Carvalho. Em maio deste ano, a Polícia Federal (PF) deflagrou duas operações distintas no Ceará e mostrou o perfil das organizações criminosas que atuam com fraudes previdenciárias.
Fraude de benefícios a idosos: PF investiga empresária do ramo de confecções em Fortaleza; LEIA
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O envolvimento de empresários e até de políticos foi alvo de investigação. Empresas funcionavam de fachada para lavar o dinheiro dos benefícios, que eram obtidos por meio de falsificação de documentos. Imóveis, sítios e até um parque de vaquejada foram adquiridos. As ações foram deflagradas nos dias 11 e 25 de maio com o cumprimento de cinco e 10 mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça Federal, respectivamente. A primeira operação identificou um prejuízo de 6,6 milhões aos cofres públicos. A segunda ofensiva identificou um valor superior a R$ 14 milhões.
As práticas criminosas consistiam em falsificação de documentos como certidões de nascimento, identidades e de F. Em posse desses documentos, as organizações criminosas criam uma pessoa inexistente para que seja solicitado o benefício. Os endereços registrados, por exemplo, ficam em empresas. As ações também envolvem lavagem de dinheiro com empresas de confecção, construção e aquisição de bens e imóveis.
Na operação desta quinta-feira, 25, por exemplo, uma empresária de Fortaleza era investigada como chefe do grupo. A mulher, que atuava no ramo de confecção, conforme o delegado, era uma liderança no grupo, que é oriundo de Fortaleza, mas que lavava dinheiro em Ocara, no interior do Ceará. Durante os mandados de busca, a PF encontrou cartões de benefícios dentro da caixa de um vaso sanitário. Apesar da Delegacia Especializada ter feito a solicitação, junto à Justiça, para o bloqueio desses benefícios, com as novas apreensões, novos pedidos devem ser realizados.

Envolvidos nos crimes podem responder por por organização criminosa, estelionato previdenciário, uso de documento falso, lavagem de dinheiro e as penas chegam a 30 anos de prisão. Na operação anterior, a PF identificou crimes de agiotagem e ameaça. Nesta segunda ofensiva, denominada Míriade, a delegacia encontrou armas de fogo e munições. O grupo atuava há 10 anos, mas a suspeita de fraude teve início há cinco anos. Cinco mandados foram expedidos e os envolvidos devem prestar depoimento na Polícia Federal. As ações são desenvolvidas em parceria com o Núcleo Regional de Inteligência Previdenciária do Ministério da Previdência Social. Os nomes dos investigados não foram divulgados pela PF.
Principais fraudes 6f1pp
As fraudes relacionadas ao benefício de amparo social chegam a 40% das demandas da delegacia, no entanto, não são as únicas ações ilícitas referentes ao INSS. Entre as investigações há também a fraude de reativação de benefícios de pessoas que morreram e a contratação de empréstimos consignados no nome dessas pessoas. Registros falsos de trabalho para obtenção de aposentadoria e ainda, a fraude no Seguro Defeso, que é o benefício que o pescador recebe no período de defeso. Há pessoas que não pescadores, que se valem da ferramenta de amparo social.