Esposa de MC Poze vira alvo de operação contra lavagem de dinheiro do Comando Vermelho (CV)
A influenciadora Viviane Noronha, esposa do cantor de funk, é suspeita de integrar núcleo financeiro do Comando Vermelho (CV)
Viviane Noronha, influenciadora digital e esposa do cantor de funk MC Poze do Rodo, se tornou alvo de uma Operação da Polícia Civil do Rio de Janeiro (PCRJ), nesta terça, 3, para desarticular o núcleo financeiro do Comando Vermelho (CV).
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Segundo informações da Polícia Civil, o núcleo é responsável pela lavagem de mais de R$ 250 milhões. As quantias em dinheiro, segundo a corporação, são oriundos do tráfico de drogas e da aquisição de armamentos de uso .
A esposa do MC Poze do Rodo, Vivianne Noronha, já foi alvo de uma operação da Polícia Civil do Rio de Janeiro contra rifas ilegais em novembro de 2024. Na época, foi cumprido mandado de busca e apreensão na casa do funkeiro.
Em seguida, ele se pronunciou nas redes sociais sobre o ocorrido e disse que teve carros, celulares e outros objetos de valor apreendidos.
A operação contra a mulher de Marlon Brendon Coelho Couto da Silva, de 26 anos, o MC Poze do Rodo, ocorre um dia após Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro oficializar a soltura do cantor, preso desde a última quinta-feira, 29, por apologia ao crime e envolvimento com o CV.
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“Ela (Viviane) e sua empresa figuram como beneficiárias diretas de recursos oriundos da facção Comando Vermelho, recebidos por meio de pessoas interpostas (“laranjas”) com o objetivo de ocultar a origem ilícita do dinheiro”, afirma a nota da Polícia Civil.
As análises financeiras teriam indicado que valores provenientes do tráfico de drogas e de operadores da lavagem de dinheiro da facção foram depositados em contas bancárias ligadas à Viviane, conforme a PCRJ, que ou a considerá-la um dos focos centrais do inquérito.
O esquema, segundo a Polícia Civil, utilizava pessoas físicas e jurídicas para dissimular a origem ilícita das quantias, com o intuito de reinvestir o dinheiro em “fuzis, cocaína e na consolidação do poder territorial da facção em diversas comunidades”.
Os mandados de busca e apreensão estão sendo cumpridos nos estados do Rio de Janeiro e de São Paulo. Além disso, a operação inclui ordens de bloqueio e indisponibilidade de bens e valores de 35 contas bancárias.
De acordo com a PCRJ, Viviane teria uma posição simbólica na estrutura criminosa, seria uma espécie de elo entre o tráfico e o universo digital, para conferir “aparente legitimidade a valores oriundos do crime organizado e ampliando o alcance da narcocultura nas redes sociais".
Após a prisão do MC Poze do Rodo, com quem teve três filhos, ela chegou a criticar a Polícia Civil e programar para esta terça, 3, um ato público na frente da prisão Bangu 3, no Rio de Janeiro, onde o marido está preso. Ele deve ser liberado no começo da tarde de hoje.

"Não há nenhum envolvimento de Viviane com quaisquer atividades criminosas. Tomaremos conhecimento dos autos e ao fim da investigação é certo que qualquer ilação contra a mesma será devidamente arquivada", defendeu o advogado Fernando Henrique Cardoso a Folha de S. Paulo.
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Outro nome mencionado na nota da Polícia é Philip Gregório da Silva, chamado de “Professor”, indicado como uma das figuras centrais do CV.
Ele morreu no último domingo, 1°. Segundo a polícia, Philip teria cometido suicídio, com um tiro na cabeça, conforme uma testemunha, com quem ele mantinha uma relação extraconjugal, de acordo com as informações apuradas pela Folha de S. Paulo.
“Mesmo com sua morte, permanece clara sua importância dentro do esquema, sobretudo na consolidação da cultura do tráfico e na estruturação de empresas de fachada para dar aparência de legalidade ao dinheiro sujo”, afirma a Polícia Civil.
As apurações da PCRJ indicam que ele era responsável por eventos como o “Baile da Escolinha”, que “funcionava como ferramenta de dominação cultural e captação de recursos para o tráfico de drogas e armas”.
Segundo a nota, o inquérito aponta ainda que um restaurante localizado “estrategicamente em frente ao local onde é realizado o ‘Baile da Escolinha’ funcionava como ponto de lavagem de dinheiro, movimentando recursos provenientes do tráfico sob a fachada de atividade empresarial lícita”.
Além deles, uma produtora de baile funk é alvo das investigações por supostamente ser operadora de lavagem de dinheiro e promover a venda de drogas e a divulgação da narcocultura.
Para a Polícia Civil do Rio de Janeiro, o proprietário da produtora e a empresa são “destinatários diretos de recursos financeiros oriundos de operadores do Comando Vermelho, recebendo valores de pessoas físicas e jurídicas interpostas com o objetivo de ocultar a origem ilícita dos lucros do tráfico”.
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