Ancelotti não revelou brasileiro com quem teve problema, mas criticou ex-atleta em livro
Em entrevista recente, o novo comandante da seleção brasileira elogiou os jogadores do país e disse ter tido problema com apenas um atleta, dentre os 34 com quem já trabalhou como técnico
Novo comandante da Canarinho, Carlo Ancelotti comentou, em entrevista dias após ser apresentado oficialmente, sobre sua relação com jogadores do Brasil durante sua carreira como treinador. Na ocasião, o italiano disse ter trabalhado com 34 atletas brasileiros e, de forma enigmática, enfatizou que só teve problema com um deles, sem revelar o nome e nem o clube em que ocorreu o entrevero.
Apesar do suspense, Ancelotti já falou sobre esse tema em seu livro “Liderança Tranquila”. Nele, o italiano revela que o atleta brasileiro que teve certa desavença foi Rivaldo, em 2002, quando ambos estavam no Milan, da Itália. A confusão ocorreu dias antes de uma partida pela Champions League.
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"O brasileiro tem um bom caráter na minha opinião. O jogador brasileiro, em geral, tem um nível técnico maior do que os outros. Do aspecto pessoal, é uma pessoa que tem um caráter tranquilo, humilde, a maioria. Treinei 34. Se penso em um problema com alguém, creio que não. Tive com um, mas não te digo", afirmou o técnico, em entrevista à TV Globo, no início da semana.
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Em seu livro, Ancelotti revelou o motivo do problema que teve com Rivaldo: ele falou, ao atacante, que o colocaria no banco de reservas. "Logo no começo da minha primeira temporada completa, houve um jogo pela Champions League e Rivaldo, que não teve uma pré-temporada integral, nem uma preparação completa para o jogo, foi para o banco. Tentei lhe explicar que ele jogaria daqui a três dias, mas ele respondeu: ‘Rivaldo não vai para o banco", relatou o italiano.
O citado jogo de “três dias depois” dito por Ancelotti foi contra o Modena, pelo Campeonato Italiano, partida em que o treinador decidiu manter Rivaldo no banco de reservas. Ali, a relação estremeceu. No elenco de 2002, além do atacante, tinham outros jogadores brasileiros importantes, como o goleiro Dida e o zagueiro Roque Júnior.
Em 1999, Rivaldo havia sido eleito o melhor jogador do planeta, se consagrou como ídolo do Barcelona e, em 2002, foi um dos protagonistas da seleção brasileira que conquistou o pentacampeonato da Copa do Mundo – ele chegou no Milan meses após o título com a Amarelinha. No clube italiano, oscilou de rendimento, conviveu com o banco de reservas e optou por rescindir o contrato em 2004.
Rivaldo elogiou Ancelotti em 2023, mas disse preferir técnico brasileiro na seleção
Em 2023, Ancelotti tornou-se um dos principais desejos da CBF para assumir a seleção brasileira. Naquela ocasião, a negociação não avançou. Rivaldo, à época, chegou a comentar sobre o assunto, elogiou o currículo do italiano, mas enfatizou sobre sua preferência por um técnico brasileiro no comando da seleção para "manter a tradição".
“Quando se trata de seleção brasileira, pela tradição, na minha opinião, tinha que ser um treinador brasileiro. Não sou contra estrangeiros, fazem, claro, um excelente trabalho. Para a gente, é ótimo ser campeão e esperamos muito por isso, mas tínhamos que manter a tradição”, disse Rivaldo em entrevista.