Candidato único, Samir Xaud é eleito presidente da CBF até 2029

Candidato único, Samir Xaud é eleito presidente da CBF até 2029

O novo presidente terá uma lista extensa de questões a resolver. No campo esportivo, o maior desafio é recuperar o prestígio da seleção brasileira masculina

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) tem um novo presidente. Candidato único, Samir Xaud, médico e ex-vice-presidente da Federação Roraimense de Futebol (FRF), foi eleito neste domingo, 24, para comandar a entidade máxima do futebol brasileiro até 2029.

Ele assume o posto após o afastamento de Ednaldo Rodrigues com a promessa de estabilidade institucional e reconstrução da imagem da entidade após anos de crises istrativas e esportivas.

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A eleição de Xaud, de 41 anos, representa mais um capítulo em uma longa e turbulenta história de sucessões no comando da CBF, marcada por escândalos, intervenções judiciais e questionamentos sobre a legitimidade de suas gestões.

Uma instituição em crise

A CBF vive há quase uma década sob forte instabilidade. Desde a renúncia de José Maria Marin, preso em 2015 no escândalo de corrupção da Fifa, a entidade máxima do futebol nacional ou pelas gestões de Marco Polo Del Nero (afastado pela Fifa e condenado por corrupção), Rogério Caboclo (afastado por denúncias de assédio moral e sexual) e Ednaldo Rodrigues, cujo mandato foi interrompido por decisões judiciais e manobras políticas que provocaram mais incertezas no comando da confederação.

Foi neste vácuo de poder que Samir Xaud surgiu como nome de consenso entre as federações estaduais para colocar fim à disputa interna. A maior parte dos clubes das Séries A e B — inclusive Ceará e Fortaleza —, por sua vez, queria Reinaldo Carneiro Bastos, da Federação Paulista de Futebol (FPF), como candidato

Desafios imediatos

O novo presidente terá uma lista extensa de questões a resolver. No campo esportivo, o maior desafio é recuperar o prestígio da seleção brasileira masculina, que vive um momento conturbado, com desempenho abaixo do esperado nas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2026.

A contratação de Carlo Ancelotti como técnico da Amarelinha coloca ainda mais pressão sobre a nova gestão.

 

O técnico italiano, multicampeão europeu, deixou o Real Madrid e assume o cargo nesta segunda-feira, 26. Xaud terá que lidar com a expectativa da torcida e a necessidade de resultados imediatos em um cenário competitivo e emocionalmente carregado.

Além do time principal, o futebol de base também precisa de reestruturação. Nos últimos anos, o Brasil tem revelado talentos individualmente, mas falhado na organização de equipes coesas e competitivas.

Fora das quatro linhas

Na esfera istrativa, os desafios são igualmente complexos. A CBF precisa aprimorar seus mecanismos de transparência, combater os vícios de gestões adas e modernizar a relação com clubes, federações e entidades internacionais.

A governança é tema central da nova istração, que precisará rever estatutos e práticas políticas que favoreceram a perpetuação no poder.

Além disso, há uma crescente pressão por maior inclusão e valorização do futebol feminino. A seleção brasileira feminina, embora tenha crescido em visibilidade, carece de apoio institucional sólido e investimentos estruturais.

Outro ponto sensível é a relação com os clubes da elite do futebol brasileiro, especialmente os que integram a Libra e a Liga Forte União (LFU), dois grupos que disputam o protagonismo na organização do Campeonato Brasileiro. A criação de uma liga independente é tema estratégico, e Xaud será peça-chave neste xadrez político que pode redefinir a estrutura do futebol nacional.

Missão de reconstrução

Samir Xaud chega à presidência da CBF em um momento em que o futebol brasileiro vive o paradoxo entre o brilho individual de seus jogadores nas principais ligas do mundo e a ausência de conquistas relevantes da seleção. A missão que ele tem pela frente é dupla: resgatar a competitividade esportiva da Canarinho e reconstruir a imagem institucional de uma CBF marcada por escândalos.

O novo mandatário promete diálogo e profissionalismo. No entanto, a história recente da entidade exige mais que boas intenções. Será preciso implementar reformas profundas, enfrentar resistências internas e entregar resultados — dentro e fora de campo.

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