Time de coração do papa Francisco, San Lorenzo se despede: "Sempre foi um dos nossos"
Clube argentino, do qual Jorge Bergoglio era sócio e torcedor ilustre, prestou homenagem nesta segunda-feira, 21, após o falecimento
O papa Francisco faleceu na manhã desta segunda-feira, 21, aos 88 anos, em sua residência oficial, na Casa Santa Marta, no Vaticano. O San Lorenzo, da Argentina, se manifestou nas redes sociais e se despediu do ilustre torcedor.
"Nunca foi apenas mais um e sempre foi um dos nossos. Corvo desde criança e como homem. Corvo como sacerdote e cardeal. Corvo também como papa. Sempre transmitiu sua paixão pelo Ciclón: quando ia ao Velho Gasômetro para ver o time de 46, quando crismava Angelito Correa na capela da Cidade Desportiva, quando recebia as visitas azulgranas no Vaticano sempre com total felicidade. Sócio Nº 88235", escreveu o San Lorenzo nas redes sociais.
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Natural de Buenos Aires, Jorge Mario Bergoglio foi eleito o 266º papa da Igreja Católica no dia 13 de março de 2013. Foi o primeiro bispo de Roma nascido na América, o primeiro do hemisfério sul e o primeiro fora da Europa em mais de 1.200 anos.
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Em nota oficial, o San Lorenzo relembrou a relação do papa Francisco com o clube desde sua infância, por influência dos pais, e sua iração pela equipe de 1946, campeã argentina.
"Sócio honorário do nosso clube, sua paixão pelo San Lorenzo sempre nos comoveu de forma especial e nos une em uma oração constante por sua alma. Desde criança, as cores azul e grená o encantaram, por influência da família: seu pai, Mario José, jogava basquete na Avenida La Plata. Foi em seu lar, no bairro de Flores, que aprendeu a amar o Ciclón. E vibrou no Velho Gasômetro com aquele time emblemático, campeão de 1946, cuja linha de ataque tinha Armando Farro, René Pontoni e Rinaldo Martino. Sua idolatria por René era incomparável", escreveu.
Nunca fue uno más y siempre fue uno de los nuestros. Cuervo de niño y de hombre... Cuervo como sacerdote y Cardenal... Cuervo también como Papa...
— San Lorenzo (@SanLorenzo) April 21, 2025
Siempre transmitió su pasión por el Ciclón: cuando iba al Viejo Gasómetro para ver al equipo del 46, cuando confirmaba a Angelito… pic.twitter.com/nVc8fWC9wi
Pouco mais de um ano depois de se tornar papa, Francisco viu o San Lorenzo conquistar sua primeira Copa Libertadores, no dia 13 de agosto de 2014.
"De Jorge Mario Bergoglio a Francisco, houve algo que jamais mudou: seu amor pelo Ciclón. Envoltos em profunda dor, do San Lorenzo hoje dizemos a Francisco: Adeus, obrigado e até sempre! Estaremos juntos por toda a eternidade!", completou o clube.
O San Lorenzo também divulgou um vídeo nas redes sociais em homenagem ao papa Francisco.
"Quando se tornou Francisco, quando foi designado papa, contou ao mundo seu amor pelo Ciclón de todas as maneiras possíveis. Se emocionou com cada visita azulgrana: após vencer a Libertadores, com o amistoso em Roma e, na última, quando lhe pediram autorização para que o novo estádio em Boedo leve seu nome", diz trecho da publicação do clube argentino.
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Confira a nota completa do San Lorenzo:
"Dói-nos a alma. O Papa Francisco deixou este mundo, mas jamais deixará nossos corações. Jorge Mario Bergoglio — um argentino que já está na História, com H maiúsculo — faleceu aos 88 anos nesta segunda-feira, 21 de abril, justamente um dia após o Domingo de Páscoa. É chorado em todas as partes do mundo, com consternação, e despedido com a maior iração possível. Sua marca será inesquecível.
Respeitado universalmente, o papado de Jorge Mario Bergoglio sempre será lembrado por seu amor incondicional pelos humildes e marginalizados, por sua incomparável vocação de serviço e por sua dedicação às causas mais nobres. Assumiu o pontificado em 13 de março de 2013 e, desde então, sua liderança teve a marca dos escolhidos.
Sócio honorário do nosso clube, sua paixão pelo San Lorenzo sempre nos comoveu de forma especial e nos une em uma oração constante por sua alma. Desde criança, as cores azul e grená o encantaram, por influência da família: seu pai, Mario José, jogava basquete na Avenida La Plata. Foi em seu lar, no bairro de Flores, que aprendeu a amar o Ciclón. E vibrou no Velho Gasômetro com aquele time emblemático, campeão de 1946, cuja linha de ataque tinha Armando Farro, René Pontoni e Rinaldo Martino. Sua idolatria por René era incomparável.
Sempre próximo ao clube, celebrou missa na capela da Cidade Desportiva quando já era arcebispo de Buenos Aires (cargo que assumiu em 1998) e concedeu o sacramento da Crisma a vários meninos da base — entre eles, Angelito Correa. E comemorou conosco cada conquista, com enorme generosidade, recebendo as delegações que o visitaram no Vaticano ao longo desses anos de papado. No ano ado, por exemplo, recebeu nosso presidente, Marcelo Moretti, que lhe apresentou oficialmente a proposta de que o futuro estádio na Avenida La Plata leve o nome de 'Papa Francisco'. Emocionado, o Santo Padre aceitou sem hesitar.
Foi um ator fundamental da vida institucional argentina, um homem pensante, aberto, culto e absolutamente comprometido com suas convicções e com sua visão de mundo. E um sanlorencista que nos encheu de orgulho, divulgando essa maravilhosa paixão sempre que teve oportunidade.
Até sempre, querido Padre! E obrigado por nos deixar seu exemplo"
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